Dezembro de 2014. Nossa expedição familiar teve seu início por volta das 10h na "praça de cima" na cidade de Cachoeiras de Macacu, em um grupo de 16 pessoas partimos em 6 carros em direção ao bairro de Boa Vista. Em pouco mais de 15 minutos de carro em direção ao Country Club da cidade chegamos ao fim de uma estrada onde amontoamos os carros e iniciamos a caminhada junto a uma picada ao lado de um pequeno depósito de madeira para guarda de bananas.
Por uma trilha levemente ascendente, em grande parte, limpa e bem definida caminhamos por cerca de 20 minutos, ficando os 10 restantes para uma descendente, fechada, mal marcada trilha que se deriva à direita em um ponto onde uma placa indica ser o poço Tenebroso à esquerda.
A chegada se dá acima poço, em um pequeno lago formado que origina uma grande e perigosa cachoeira que deságua cerca de 12 metros abaixo, no tão famoso Tenebroso. As águas do rio são claras mas, em função do desnível e da mata fechada ao redor, a retenção da luz solar é grande, dando a sensação de completa escuridão ao poço que, por este motivo, aparenta ter uma profundidade muito maior do que a real (em época seca, quando fomos, cerca 4 a 5m de profundidade). Assusta.
Há Três diferentes caminhos para o poço, uma descida muito íngrime por sua margem direita, com alto risco de queda em função da dificuldade de "pegas", do declínio e da umidade que deixa este caminho muito escorregadio além de um formigueiro de saúvas que parecem proteger o acesso. O segundo, um louco salto, de cerca de 12m de altura em direção à aparentemente negra água.
Já no poço, percebe-se que da cachoeira à sua metade, a profundidade se mantém constante e o fundo limpo, de areia e água claras e sem pedras. Na superfície uma correnteza nos empurra rio abaixo, pelo fundo, está não se faz presente. O terceiro seria através da prática de Rappel.
Banho tomado, profundidade e altura medidas, é hora de retorno ao topo e ai, o caminho é único, passando pelas saúvas.
Já de volta ao topo decidimos pelo caminho rio à cima, em direção ao poço e cachoeira, acertadamente batizados de Terceira Dimensão. É esta a sensação que se tem após vencer cerca de 200m de grandes e escorregadias pedras roladas em uma garganta formada no leito do rio. Um poço lindo, claro, com forte incidência solar e com profundidades que variam de meio a 3 metros (junto à cachoeira). Uma perda no meio do poço serve de pouso para descanso, ponto de amarra para slack line e trampolim para saltos em direção à cachoeira que nos reserva uma agradabilíssima surpresa. Há acesso para parte detrás dela e pode-se mergulhar e atravessa-la em ambas as direções, gerando um efeito visual magnífico e uma sensação única.
Diante de tanta beleza e prazer, lanchamos e desfrutamos do lugar mas, em grupos grandes, tem sempre quem queira voltar antes e partimos deixando para trás um dos mais belos lugares em que tive o prazer de estar. Muito limpo, ainda com ar de virgem e pouco visitado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário